Autor: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Ano: 2016
Páginas: 496
Gênero: Ficção Fantástica
Resenha por: Leila
Nota:★★★ + 


Em poucos meses, a vida de Mare Barrow mudou completamente. Quando estava prestes a fazer dezoito anos, sua única expectativa era conseguir escapar do alistamento obrigatório na guerra inútil de Norta contra Lakeland, que se estendia há anos e só resultava em baixas dos dois lados da fronteira. Mas quando foi salva do alistamento graças a um emprego como criada da família real, Mare descobriu que, ao contrário do que seu sangue vermelho indicava, ela tinha um poder especial, privilégio até então reservado aos de sangue prateado. Para evitar que essa revelação se espalhasse pelo país e abalasse a divisão que sempre existira entre vermelhos e prateados, Mare foi obrigada a fingir ser uma nobre prateada desconhecida até então, e por isso se meteu numa rede de intrigas, segredos e traições. Durante sua estadia no palácio, ela acabou se envolvendo não só com os dois príncipes - o herdeiro Cal e sua sombra Maven -, mas também com a Guarda Escarlate, um grupo de vermelhos rebeldes que queriam acabar com o domínio prateado. Confiar nas pessoas erradas faz com que Mare aprenda na marra que todo mundo pode trair todo mundo. Em pouco tempo, a participação da garota nos ataques rebeldes é exposta e ela se vê obrigada a fugir. Quando enfim encontra a segurança em um dos esconderijos da Guarda Escarlate, Mare logo percebe que os vermelhos já não a tratam como uma igual. Apesar de seu sangue ter a mesma cor, ela é ao mesmo tempo temida e desprezada por ter poderes que nenhum outro vermelho tem - ou quase nenhum. Antes de fugir do palácio, Mare conseguiu uma lista com nomes de outros que tinham, sangue vermelho e poderes prateados - e eram mais fortes que ambos. Sem se encaixar direito em nenhum desses mundos, Mare fará de tudo para encontrar seus semelhantes, já que formar um exército de sanguenovos será decisivo para que a rebelião triunfe. Enquanto parte em viagens arriscadas por vários cantos do país para recrutar cada um deles, Mare vai descobrir vermelhos com poderes inimagináveis, como possuir um corpo indestrutível, mudar completamente de aparência ou até mesmo voar. Mas ela não é a única atrás dos sanguenovos - o rei não vê a hora de destruí-los e, por mais que se esforce, a garota não consegue salvar a todos. Mare é a principal arma da rebelião, mas será que ela vai se estilhaçar sob o peso das mortes que não pôde evitar?
Este livro é a continuação do "A Rainha Vermelha". Como ganhei os dois de presente do dia das mães, mal acabei um  e já comecei a ler o outro.
Mare, uma garota simples, de sangue vermelho, descobriu que tinha poderes especiais, mas como não era interesse do rei que as pessoas tomassem conhecimento disso, a chantageou e ela acabou fingindo ser uma nobre, de sangue prata. Assim, seria mais fácil, continuar dominando e explorando os sangues vermelhos e não causando um pânico nos prateados. 
No entanto, Mare descobre que não é a única sangue vermelho com poderes especiais, os chamados sanguenovos, estão espalhados por aí e seus poderes são surpreendentes! Decide se unir a Guarda Escarlate, um grupo rebelde, que luta contra os prateados. Consegue fugir do palácio, mas descobre que seus antigos irmãos de sangue vermelho não a tratam mais como uma igual. Também percebe, da pior forma, que todos podem trair todos. Mare nunca se sentiu tão sozinha. Com uma lista com nomes e endereços de sanguenovos, sai mundo a fora, tentando formar um exército poderoso para vencer os prateados. Mas o rei, muitas vezes chega antes, e os mata.
O rei pede que Mare se entregue e Mare se vê sem alternativa...
O livro acaba sem um fim, o que me deixou muito angustiada! Não vejo a hora do lançamento do próximo. 
Tenho certeza que você também vai se sentir assim!


Autor: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Ano: 2015
Páginas: 424
Gênero: Ficção Fantástica
Resenha por: Leila
Nota:★★★ + 


O povo de Norta não conhece a paz. Seus habitantes de sangue vermelho estão acostumados a trabalhar para sustentar a elite prateada e a guerra que ela empreende contra os reinos vizinhos há muitos anos. Os prateados, por sua vez, são os únicos beneficiários do conforto da capital, aproveitando-se dos recursos gerados pelo trabalho vermelho e raramente dando as caras na linha de combate. Isso porque, ao contrário das pessoas comuns, eles têm poderes especiais - como manipular o fogo, controlar o clima e ler a mente dos outros. Mare Barrow pertence a uma família vermelha que vive em Palafitas, um vilarejo muito pobre. Ao contrário de sua irmã, que aprendeu o ofício de costureira, Mare passa os dias roubando para ajudar a família; assim, por não ter uma ocupação, quando completar dezoito anos será mandada para servir o Exército. As chances de sair viva dali são mínimas, então ela passa os dias tentando encontrar um jeito de evitar esse destino. A ajuda vem de um lugar inesperado: um encontro casual com um jovem misterioso garante a Mare um emprego como criada no palácio de verão do rei. E logo no primeiro dia ela tem de trabalhar na Prova Real, evento em que jovens prateadas representantes das Grandes Casas nobres demonstram seus poderes para serem escolhidas como próxima princesa. No meio do evento, porém Mare sofre um acidente e o que a salva é um poder que jamais imaginou possuir - afinal, seu sangue é vermelho. Para ocultar essa impossibilidade, o rei a obriga a assumir o papel de uma nobre prateada de uma Casa extinta. Antes presa à sua condição miserável, agora Mare está atada às intrigas da realeza e vai conhecer os dois príncipes, cujas personalidades não poderiam ser mais diferentes. Um é o herdeiro perfeito, decidido e comprometido com suas obrigações; o outro sempre fica nas sombras, tímido e reservado. Mas, como todos ali, os dois jovens escondem seus próprios segredos...
Confesso que quando comecei a ler este livro, não esperava muito dele, mas acabei me surpreendendo.
Sim, é um livro de ficção, mas ao falar sobre os nobres, de sangue prata, dotados de poderes especiais e do povo, de sangue vermelho, dominado e explorado, pelos nobres, não pude deixar de refletir e traçar alguns paralelos com a história real...
E é claro, sempre haverá alguém que se ergue contra a dominação, contra a exploração. Numa relação assim, sempre haverá rebeldes, que questionam, que lutam e se organizam.
Mas, voltando ao livro, essa é uma história envolvente, que mostra Mare, uma garota comum, que vive com dificuldades e, por não ter aprendido nenhuma ocupação, às vezes acaba roubando por necessidade. Por sorte consegue um emprego de criada no palácio, o que a deixa muito aliviada, pois quem não tem uma ocupação ao completar 18 anos, precisa servir ao exército e como seu reino está numa constante luta, isso representa a morte ou um retorno muito doloroso...
No entanto, no seu primeiro dia de trabalho, Mare é surpreendida e surpreende, quando, para escapar de um acidente que a levaria à morte, ela usa poderes especiais, que não sabia possuir! Nunca havia pensado que uma pessoa comum, de sangue vermelho, pudesse ter poderes especiais! A partir daí, seu sossego acaba! Pois o rei não quer que ninguém saiba que existem vermelhos com poderes especiais. Ela se livra do alistamento do exército para se envolver em outra luta. Além desse, que segredos mais estes nobres escondem?
Não deixem de ler este livro! Você vai adorar!


Autor: Kristine Barnett 
Editora: ZAHAR
Ano: 2013
Páginas: 264
Gênero: Biografias, Memória
Resenha por: Leila
Nota:★★★ + 


Essa é a história extraordinária de uma mãe e seu filho gênio e autista. Jake tem QI mais alto que o de Einstein, uma prodigiosa memória fotográfica e aprendeu cálculo matemático sozinho em duas semanas. Com nove anos começou a desenvolver uma teoria original em astro-física - que, para os acadêmicos da área, um dia pode levá-lo ao prêmio Nobel - e aos doze tornou-se pesquisador remunerado em física quântica na universidade. Diagnosticado como autista ainda bem pequeno, Jake tinha três anos quando disseram à sua mãe, Kristine, que ele nunca seria capaz de ler. Cercado de especialistas que concentravam esforços em desenvolver no menino habilidades práticas, Kristine notava que ele se isolava cada vez mais. Contra a opinião do marido e dos profissionais, ela decidiu seguir seus instintos: tirou Jake da educação especial e começou a prepará-lo sozinha para a escola convencional. Kristine mantinha uma creche na garagem de casa, e sua experiência lhe dizia que era preciso encontrar o "brilho" de Jake, sua chama de interesse e paixão. por que não focar no que ele podia fazer? E também investir naquilo que atraía sua atenção, como sombras se movendo na parede e estrelas no céu. Essa filosofia básica, somada à crença no poder de uma infância comum e na importância de brincar, foi decisiva para o sucesso - além da fé inesgotável na família, nos amigos e em sua comunidade. Brilhante trata do poder do amor e da coragem diante de obstáculos quase intransponíveis. Narrada pela própria Kristine de forma cativante e dramática, esta é uma belíssima história de superação que pode inspirar leitores de todos os tipos. 
Neste ano, minha turma tem um estudante com Síndrome de Asperger. Preocupada em atendê-lo melhor, fui pesquisar mais sobre essa síndrome. Foi quando uma colega me perguntou se já tinha lido "Brilhante". Disse que não e ela me emprestou o livro.
A narração é feita pela Kristine, mãe de Jake, que após ter sido diagnosticado com autismo, recebeu "profecias" que o menino não poderia aprender muita coisa, que não aprenderia a escrever e que deveriam cercá-lo de profissionais que o "treinassem" para que fosse capaz de realizar, pelo menos, pequenas tarefas importantes do nosso dia a dia. Para Kristine era difícil entender "por que tratam sempre do que essas crianças não conseguem fazer? Por que ninguém olha mais de perto o que elas conseguem fazer?" 
Então, corajosamente, ao perceber que Jake estava se fechando cada vez mais, Kristine abandonou o trabalho com os especialistas e, mesmo sem o consentimento do marido, decidiu que ela mesma iria preparar seu filho para frequentar uma escola normal e não uma especial. Percebia que Jake precisava do contato com crianças saudáveis e que essa interação era importante para que ele não ficasse cada vez mais mudo e introspectivo. Percebia seu interesse pelas letras, carregava sempre consigo um alfabeto móvel, também era fascinado pelo movimento das sombras. E foi buscando seus interesses, que percebeu que ele estava lendo, que sua cabeça guardava ruas e mapas, funcionando como um GPS e que, ao frequentar a escola normal, ficou frustrado, novamente, pois o que era ensinado não lhe bastava. Queria mais. E Kristine o levou a um planetário, a um observatório e daí para a universidade, foi um processo muito rápido. Com 12 anos já era pesquisador remunerado em física quântica, na universidade. Jake tinha um QI muito alto, uma memória incrível e aprendia e gravava tudo muito rápido.
Esse livro me fez parar para repensar a educação. Acabamos generalizando e massificando os conteúdos e o ensino. Muitas vezes, não percebemos os interesses, os dons, as habilidades de cada estudante. Não oportunizamos que reconheçam e desenvolvam seu talentos. Muitos pensam que estão incluindo a todos, por agregar os estudantes num mesmo espaço, quando apenas estão buscando integrá-los e, na verdade, excluindo-os. Por isso, recomendo sua leitura, para refletir e estudar.
E para finalizar, deixo a reflexão do grande desafio da educação: sabemos que cada um é diferente, mas fazemos tudo igual e esperamos o mesmo resultado de todos. 






Autora: Paula Pimenta
Editora: Galera Record
Ano: 2015
Páginas: 160
Gênero: Juvenil

Resenha por: Luísa
Nota: ★★
Nessa versão estendida do super conto de Paula Pimenta no Livro das Princesas, Cinderela é reinventada. Cintia é uma princesa dos dias atuais: antenada, com opiniões próprias, decidida e adora música! Mas a garota vê seu cotidiano virar de cabeça para baixo depois da separação dos pais: vai morar com a tia, se afasta do pai e, principalmente, deixa de acreditar no amor. Até que um encontro inesperado e revelador a faz rever as próprias escolhas - havia mesmo um belo príncipe em sua história, e tudo que ele mais queria era descongelar o coração da nossa gata (nada) borralheira!

Cinderela pop é um livro extremamente fofo e divertido. É narrado em primeira pessoa e tem uma leitura bem fácil, em algumas horas eu o devorei completamente. Cintia era uma menina feliz e extrovertida, vivia no em um lugar bom, confortável e com uma ótima vista da cidade. No entanto, sua vida mudou da noite para o dia quando sua mãe recebeu uma oferta de emprego fora da cidade, bom, no Japão. E sim, ela largou tudo para agarrar essa oportunidade. 
Depois de pegar seu pai traindo a mãe com sua secretária, Cintia pegou todas as dores dela e passou a se sentir traída pelo pai, resultando na desilusão em relação ao amor e relacionamentos duradouros. A garota passou a morar com a tia, irmã de sua mãe, que era um tanto exótica, era desenhista e muito bagunceira. Mas, por um lado ter deixado de morar no apartamento clean de detalhista foi até que bom, já que ela pode ser mais livre para ir para as festas. Não que ela fosse baladeira ou algo do tipo, muito pelo contrário, ela gostava de trabalhar como DJ. E, inclusive, sem ao menos saber, Cintia foi contratada para tocar na festa de quinze anos das filhas da nova namorada do seu pai, festa que ela também tinha sido convidada. O inesperado vai acontecer a sua vida vai mudar mais ainda depois dessa festa. 

Eu recomendo muito esse livro para quem gosta de contos de fadas modernos, Paula Pimenta tem seu jeito especial de tratar suas histórias e isso torna tudo mais especial. Minha nota é cinco estrelas e um coração.


Oi! Hoje, quero compartilhar com vocês um artigo que fiz há um tempo atrás, voltado principalmente aos educadores. Penso que as reflexões contidas nele, bem como sugestões de atividades podem contribuir na sua caminhada!


BULLYING, NÃO! APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS

Leila de Souza Mello

Trabalho na Escola Estadual de Ensino Fundamental Marechal Emilio Luiz Mallet, localizada na periferia da cidade do Rio Grande (RS) há 19 anos. Neste ano, recebi uma turma de 1º ano, com apenas dezesseis alunos, mas com muitos desafios. Verifiquei, inicialmente vários problemas de bullying e agressividade e isto dificultou a constituição da turma, como um todo, além de interferir, ao longo do ano letivo, na aprendizagem dos educandos.
Ao observar que a agressividade e o bullying parecem ser normais no dia a dia da escola e da comunidade, da qual os estudantes fazem parte, decidi que deveria começar este projeto: “Bullying, não! Aprendendo com as diferenças”. Percebi que a dificuldade de entender ou aceitar outras opiniões, outras orientações sexuais, outras religiões, enfim, a dificuldade de respeitar as diferenças inerentes aos seres humanos levava a brigas, agressões verbais ou até mesmo físicas. Muitas crianças traziam falas de seus pais que os incentivam à agressividade, entre elas: “não levar desaforo para casa”; os próprios colegas também encorajavam atitudes de deboche, de racismo, de homofobia, de revide e de vingança.
Incomodada, não podia mais me furtar à responsabilidade de educadora, por isso, procurei fazer tudo que estava ao meu alcance para, no mínimo, abrandar o problema. Embora a agressividade e o bullying tenham origem externa aos muros da escola, acabam por penetrála, por isso meu objetivo era, sensibilizar os educandos, tornando-os, agentes transformadores do meio e do entorno. Também gostaria de salientar que este é um projeto inserido num maior, que é de toda escola: “Vivenciando o amor e a paz”.
Foi diante de tal realidade escolar, surgiu este projeto, que defende a importância de se abordar o bullying na escola, com o objetivo de chegar às famílias, tendo em vista que muitas situações que aparecem na mídia, sem reflexões críticas sobre possíveis causas do fenômeno, que sempre existiu em nosso país e em outros, acabam por banalizar este problema.
A proposta foi possibilitar diversas situações que levassem os alunos a uma reflexão, para que se conscientizassem da necessidade da aceitação e do respeito às diferenças, buscando uma mudança comportamental que levará a uma melhor convivência dentro ou fora do ambiente escolar.
A partir disso, desejava atingir diretamente cada aluno, envolvendo-os na discussão desta problemática, com o objetivo maior de alcançar os pais, buscando uma mobilização socioeducacional e a consciência da necessidade de se promover continuamente a cultura de prevenção contra a violência.
Comecei o projeto através das histórias do filme Cine Gibi da Turma da Mônica (dois). Refleti, junto com os alunos, sobre as atitudes dos personagens da Turma da Mônica.
Eles mesmos concluíram que a Mônica não estava agindo bem quando batia nos seus amigos e também declararam que não deveriam tê-la “ofendido”, chamando-a de baixinha, dentuça, gorducha. Além disso, as crianças observaram o problema de fala do Cebolinha, os hábitos de higiene do Cascão, os hábitos alimentares da Magali, o diferente estilo de vida do Chico Bento. Igualmente, concluíram que não devemos julgar ninguém pelas aparências, após ver a história do filme: “O Baile Frank”. Vários alunos foram fazendo comparações entre personagens do filme e os colegas da turma. Escrevi um texto coletivo, elaborado pelos alunos, com o entendimento do filme. Apresentei um Glossário Alfabetizador com os desenhos dos personagens do filme e seus nomes. Os educandos puderam, com a ajuda desse glossário, identificar palavras no texto coletivo. Cada aluno recebeu, mais tarde, uma cópia da referida redação, na qual fizemos uma série de explorações, como: pintar os espaços entre as palavras, jogar o PIM(Neste jogo, todos devem ler o texto, oralmente, e em cada espaço entre as palavras, todos devem dizer PIM.), com os espaços do texto, sublinhar palavras do glossário, identificar palavras que começavam com a inicial do seu nome, etc.
Realizávamos diariamente a leitura desse glossário, de diferentes maneiras: num dia liam todos juntos, noutro, liam, primeiro, quem torce pelo Inter e, depois, quem torce pelo Grêmio; a seguir, liam e tinham que fazer algo que caracterizasse a palavra lida, etc. Também fazíamos o jogo do “PIM”, com as vogais das palavras do glossário. Fiz dos jogos, meus aliados, no processo de alfabetização, pois acredito no que aponta PIAGET (1994:25):
“um processo de ajuda ao desenvolvimento da criança; acompanha-a,
sendo, ao mesmo tempo, uma atividade consequente de seu próprio
crescimento”.
Afirma Piaget que o jogo proporciona à criança viver momentos de colaboração, competição e também de oposição, ensinando-as a conhecer regras, respeitar o companheiro e aumentar os contatos
sociais, ajuda ainda na superação do egocentrismo. O jogo oportuniza o desenvolvimento motor da criança, permitindo que ela crie e monte seus próprios jogos melhorando as suas habilidades, motivando-a também a ultrapassar seus limites.
Através do jogo estamos desenvolvendo todas estas atitudes, habilidades, competências, além de penetrar no universo das crianças, como diz ALVES(1994:26):
“O jogo traz a visão do futuro. O jogo tem a visão do futuro em
primeiro lugar por que seu espírito criativo está nas origens da
humanização. Em segundo lugar porque está vinculado à criança e ao
espírito infantil.”
Utilizei um baralho confeccionado com as palavras nas letras script e cursiva, letra inicial e figuras do glossário, para diferentes jogos como: lince, mico, memória, dorminhoco e cartelas com as palavras do glossário para jogar bingo de letras e de palavras. Também foi preparado um envelope com uma figura e todas as letras que formavam a palavra contida no envelope, para fazer o bingo ao contrário. Soma-se a isso a organização do jogo do coração, o dominó e o jogo do Boole, todos com as figuras e palavras do glossário. Outra “diversão” oferecida foi o VERITEK (um jogo como o de relacionar colunas. Ele é composto de uma caixa na qual seu fundo é numerado de 1 a 12 e contém 12 peças com desenhos geométricos coloridos. É entregue uma ficha com 12 perguntas e o objetivo do jogo é associar corretamente o número da pergunta com o número da resposta. Os números pintados no fundo da caixa correspondem às perguntas e as peças, às respostas. Se tudo estiver correto, ao virar a caixa para baixo, as peças formarão um desenho, que está na ficha de perguntas). Após cada jogo, sempre, era proporcionada uma ficha didática, com atividades, para que os alunos não jogassem apenas por jogar, com objetivos apenas lúdicos, mas com um fim pedagógico.
Os jogos eram realizados nos grupos, alguns eram de competição e outros de cooperação e acabaram por desenvolver várias habilidades e competências.
Diariamente eu realizava a contação de uma história com uma temática e/ou uma potencialidade simbólica coerente com a proposta do projeto. Após discutíamos sobre a leitura realizada e fazíamos produções, às vezes em pequenos grupos, em grande grupo ou individualmente, respeitando o pensamento de cada um. Os livros circulavam pelos grupos para que cada aluno pudesse realizar a sua leitura, de acordo com seu pensamento. Por vezes, dramatizávamos a historinha.
"(...) a criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros,
finge lê-los, brinca de escrever, ouve histórias que lhes são lidas, está
rodeada de material escrito e percebe seu uso e função, é analfabeta,
pois ainda não aprendeu a ler, mas já entrou no mundo do letramento,
e já é de certa forma letrada”. (SOARES, 2006, p. 24)

Assim, líamos e trabalhávamos com as histórias dos livros da coleção “Bullying na Escola”; o livro: “Por que meninos têm pés grandes e meninas têm pés pequenos?”; “Branquinho, o Dognauta”; “O fusquinha cor de rosa”. Eu escutava as falas dos educandos, seu entendimento e argumentos e mediava as discussões, salientando sempre o respeito às diferentes opiniões.
Foucaubert (FOUCAUBERT, 1994, p. 37) diz que “aprende-se a ler
lendo textos que não se sabe ler, mas que são necessários para
responder as perguntas que fazemos”.
Como vimos, na visão de Vygotsky (1998), a cultura impregna nosso
modo de pensar, sentir e aprender. Compreendendo a cultura como os
modos de um povo, comunidade ou grupo fazer, ver, ser, sentir e estar
no mundo e, portanto, como um sistema de significação, não podemos
percebê-la como algo pronto e estático, e sim como um processo
dinâmico construído pelos diferentes grupos culturais aos quais
pertencemos. Esses sistemas de significação ou sistemas simbólicos
constituem e são, ao mesmo tempo, os meios pelos quais
transmitimos e comunicamos, uns para os outros e para nós mesmos,
as ideias e os sentidos compartilhados do mundo cultural no qual
estamos inseridos. Assim, as formas particulares de linguagem (a
palavra, o gesto, a arte e o desenho, dentre outros) são instrumentos de
apropriação da cultura pelas crianças, permitindo-lhes a decifração do
mundo e, consequentemente, orientando suas ações e suas
manifestações sobre o meio em que vivem."
Minha pretensão com estas leituras e reflexões era despertar a consciência, procurando diminuir os preconceitos que os educandos “carregavam”, mostrar outras opiniões, gostos, culturas, religiões, preferências. Observamos que muitos hábitos mudam, de acordo com a cultura, o contexto ou o tempo e o que nos parece estranho, diferente ou errado, noutro tempo ou lugar é normal. Pretendia oportunizar um crescimento e um aprendizado com estas diferenças. Buscava uma mudança no pensamento dos educandos que posteriormente, se refletisse nas suas atitudes. Tentava transformá-los. Como falou Magda Soares
Educação é, por definição, um processo dirigido a objetivos. Só
vamos educar os outros se quisermos que eles fiquem diferentes, pois
educar é um processo de transformação das pessoas.
Na história: “Branquinho, o dognauta”, o personagem principal era uma cachorrinho que viera de outro planeta. Ele tinha os olhos e a boca na nuca e o rabo era ao lado do corpo. Quando chegou aqui, os veterinários quiseram operá-lo, para “arrumá-lo”. Depois, um deles dirigiu-se ao planeta do Branquinho e lá, os dognautas queriam operá-lo e “consertá-lo”, pois, lá, ele era o diferente. Esta história trouxe muitas reflexões sobre a nossa dificuldade de entender, respeitar e aceitar as diferenças e nosso desejo de mudar as pessoas que pensam ou agem diferentemente do que consideramos certo. Todos brincaram com o dognauta, que “foi nos visitar”, procurando aceitá-lo como ele era, respeitando-o.
Nesta dinâmica, todos os dias, tínhamos leituras, escritas, reflexões, discussões, jogos e fichas didáticas que possibilitavam um desenvolvimento da competência linguística das crianças, tanto oral quanto escrita. Mas não era só isto! Sou também professora de Matemática e esta minha outra paixão faz, naturalmente, que eu procure proporcionar a construção de habilidades e
competências, dessa disciplina. Assim, fomos trabalhando, através de jogos, de brincadeiras e material concreto, de atividades de seriação, classificação, inclusão, conservação, comparação, localização espaço/tempo, escrita, leitura e contagem de numerais, problemas e construção de gráficos.
Construímos o Jogo do Boole da Turma da Mônica e, com as histórias, desenvolvemos o raciocínio lógico. Também fizemos o “jogo da velha”, com o Cebolinha e a Mônica. Realizamos vários problemas, como o que ilustro a seguir, do meu aluno “desenhista”:

Os problemas não tinham apenas o objetivo de realizar uma operação matemática, mas o de provocar uma reflexão maior. O exemplo acima suscitou uma discussão sobre egoísmo, justiça e amizade. Quando o pensamento foi justiça, várias opiniões foram expostas, pois nem sempre justiça é fazer uma divisão igual entre todos, mas, sim, dar mais a quem precisa de mais e, menos a quem já tem muito... Deixava que os educandos levantassem suas hipóteses, buscassem caminhos e possíveis soluções e eu apenas fazia algumas intervenções e permanecia atenta aos pareceres, não só das questões da aprendizagem Matemática, mas também aos conceitos, sentimentos e olhares dos educandos para os problemas de ordem moral e ética, baseada no que alerta Kátia Smole:
Segundo Smole, (2000, p.136): "O trabalho do professor, não consiste em
resolver problemas e tomar decisões sozinho. Ele anima e mantém as redes de
conversas e coordena ações. Sobretudo, ele tenta discernir, durante as
atividades, as novas possibilidades que poderiam abrir-se à comunidade da
classe, orientando e selecionando aquelas que não ponham em risco algumas de
suas finalidades mais essenciais na busca por novos conhecimentos."
Procurava trabalhar com problemas contextualizando-os com a temática e a realidade dos alunos para que fizessem sentido para eles, no intuito que um maior entendimento das situações-problema, trouxessem uma maior aprendizagem. Nesta direção, PANIZZA diz que:
“A palavra ‘sentido’ parece estar cada vez mais presente nas
preocupações dos professores sobre o ensino da matemática. ‘Como conseguir
que os alunos encontrem o sentido da atividade matemática?’, ‘Os alunos agem
mecanicamente sem dar sentido ao que fazem’, entre outras, são expressões
habituais dos professores. A palavra ‘sentido’ parece explicar intenções,
conquistas e frustrações. No entanto, questões como qual significado se atribui
à palavra, onde se encontra o sentido, se é algo que o docente dá ou o aluno
constrói e em que condições, longe de serem claras e compartilhadas,
comportam profundas diferenças e contradições”. (PANIZZA, 2006, p. 19,
grifos do autor).
A partir de situações trazidas pelas falas dos educandos, construía os problemas, para que pertencendo a realidade deles, fizessem sentido e fossem melhor compreendidos. Um questionamento frequente e importante para eles era: em que grupo havia o maior número de pessoas: o das meninas ou dos meninos? Diariamente eles levantavam esta questão e perguntavam: os meninos ou as meninas “venceram”? Essa manifestação surgia após terem contado o número de meninas e o número de meninos e comparavam para concluir qual era mais numeroso. Desafiei-os, então, a responder quantos a mais havia no grupo “vencedor”.
Essa questão não foi bem compreendida pela grande maioria da turma, mas quando uma menina deu a resposta exata, perguntei como ela tinha chegado ao exato resultado, ao que ela respondeu, explicando para toda turma: “primeiro eu vi o que tinha de igual, depois contei apenas os outros que tinham sobrado, entendeu? Fiz os pares, quem ficou sem par é que está a mais!” E assim, toda turma começou a fazer pares para, além de comparar quantidades, dizer quanto um(a) tem a mais que outro(a). E a ideia se estendeu, não só para ver quantos meninos tem a mais que as meninas ou vice-versa, mas, como, por exemplo, num gráfico que construímos, após uma pequena entrevista sobre qual era a fruta preferida entre os alunos da nossa sala de aula. Depois que eles verificaram que a maioria preferia o morango, começaram as questões: e quantos a mais preferem o morango à laranja? E quantos a mais preferem banana à laranja?
Hoje sei que minhas expectativas em relação ao desenvolvimento deste projeto eram muito grandes. Queria que os resultados aparecessem imediatamente após a contação e reflexão de uma história analisada. Também tive que trabalhar em mim o respeito à educação que cada aluno tinha recebido nos seus seis primeiros anos de vida e entender e aceitar que não conseguiria, de uma hora para outra, realizar grandes mudanças no pensamento deles. Era necessário respeitar o tempo de cada um. Entretanto, constatei, embora pequenas, significativas transformações! .Desta forma conforme Freire:
"O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto
estético, a sua inquietude, a sua linguagem (...) tanto quanto o professor que
se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do
aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à
experiência formadora do educando, transgride os princípios éticos de nossa
existência." (p.66)
Todos estavam mais dispostos a entender o que um aluno, com um problema expressivo de fala, dizia e ninguém mais implicou com seu modo de falar. Verifiquei que, em alguns momentos, procuravam ajudá-lo a falar corretamente, mas sem as risadas e deboches assíduos.
Outrossim, observei que alguns até continuaram se afastando de um coleguinha, que, pelo fato de a família trabalhar com a coleta de lixo seletiva, vinha para aula com um cheiro não muito agradável, mas mudaram tal comportamento e deixaram de apelidá-lo e ofendê-lo..
Foi clara também a seguinte constatação: logo após agredirem verbal ou fisicamente um colega, paravam para pensar, conversavam, pediam desculpas, mesmo que, daí algum tempo, voltassem a ser agressivos. Alguns pensavam um pouco mais e eu percebia que me olhavam e procuravam se controlar para não agredir mais seus colegas.
O fato que mais me emocionou foi o de um menino que apresentava, na fala, nos gestos, enfim, no comportamento, tendências homossexuais. Ele procurava sempre e apenas as meninas para brincar com as bonecas e demais brinquedos ditos femininos. No início, os meninos chamavam-no de “boiola” e outros termos pejorativos, queriam bater nele, demonstrando homofobia. Nas brincadeiras com as bonecas, ele não se colocava como o pai, mas como a mãe. Certa vez, fizeram um casamento das Barbies e ele “era a noiva”. Isso mostrava possíveis indícios de sua orientação sexual. Chamei sua mãe e abordei o assunto de forma clara, mas sutilmente, orientando-a a procurar um psicólogo. Além de não aceitar a abordagem, sentiu-se ofendida. Na sala de aula, abordei o assunto, por exemplo, ao contar a história: “Por que meninos têm pés grandes e meninas têm pés pequenos?”. E novamente abordamos o respeito às diferenças... E como diz neste livro:
“Não importa...
...se os seus pés são grandes ou pequenos,
Nem se você chuta bola ou brinca com bonecas,
Ou os dois, ou até nenhum dos dois,
Nem se você usa sapato rosa ou azul,
Ou até mesmo nenhum dos dois,
Nem se você é menino ou menina.
O que importa mesmo...
...é que os adultos respeitem você...
Que seus pais amem você acima de tudo...
Que não sofra discriminação dos professores...
Que seus colegas e amigos sejam legais...
E que você seja feliz!”
Não vou mentir que os colegas aboliram definitivamente as atitudes homofóbicas, mas sei que o modo como fomos conversando e agindo, na sala de aula, provocaram alterações deveras importantes, a ponto de escutar da mãe do menino ao qual me refiro, que tinha repensado e refletido sobre a nossa conversa do início do ano. Conversara com seu filho, aceitando a seguir a minha sugestão para procurar um psicólogo, através da universidade, pois ela amava o filho e queria tratá-lo com o mesmo respeito com o qual percebeu que eu o tratava... E que precisava de orientações, tanto para ela quanto para o filho, pois reconhecia que, na nossa sociedade, existem muitos preconceitos e necessitava de ajuda para poder lidar com a situação. Só por isto, penso que foi muito válida a realização deste projeto.
Sei que não posso e não devo cessar por aqui, se, realmente, desejo despertar a consciência dos educandos, buscando uma mudança que reflita no seu comportamento, e, assim, atinja seus pais e a comunidade. Sem dúvida, farei disso uma busca permanente na escola!
Reconheço que é muito difícil, na nossa convivência diária com os outros, não fazermos comparações, julgamentos e, por vezes, condenações, baseados única e exclusivamente, na nossa parca ideia e concepção de certo e errado. Seguidamente, não escutamos a opinião, os conceitos, os valores dos outros. É comum, pensarmos que nós somos os “donos da razão” e, muitas vezes, as “vítimas”, os “incompreendidos”, sempre considerando o nosso ponto de vista.
Enfim, este projeto teve uma especial importância primeiramente para mim, pelo exercício de me colocar no lugar do outro, por mexer com meus conceitos, sentimentos, concepções e penso que por isso consegui atingir alguns alunos. Sinto que hoje já não sou a “mesma professora” e por isso continuarei na busca deste sonho, de ampliar as consciências dos educandos, tornando-os agentes transformadores, para a construção de uma sociedade e um mundo melhor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
· ALVES, Rubem. Alegria de ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1994.
· SOARES, Magda. Letramento – um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autentica, 2006.
· FOUCAUBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
· FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2002, 21ª ed.
· A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos: orientações para o trabalho com a linguagem escrita em turmas de crianças de seis anos de idade / Francisca Izabel Pereira Maciel, Mônica Correia Baptista e Sara Mourão Monteiro (orgs.). – Belo Horizonte : UFMG/FaE/CEALE, 2009.
· SOARES, Magda. Parte de palestra proferida na FAE UFMG, e, 26/05/2003, na programação “Sexta na Pós”. Transcrição e edição de José Miguel Teixeira de Carvalho e Graça Paulino.
· SMOLE. Kátia Cristina Stocco. A matemática na educação infantil: a teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: artmed, 2000.
· PANIZZA, M. Ensinar Matemática na Educação Infantil e nas séries iniciais: análise e propostas. Porto Alegre, Artmed, 2006.
· BRANCO, Sandra. Por que meninos têm pés grandes e meninas têm pés pequenos? São Paulo, Cortez, 2008.


Autor: Malala Yousafzai com Patricia McCormick 
Editora: Seguinte
Ano: 2015
Páginas: 200
Gênero: Biografia
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Eu não estava triste. Não estava assustada. Só pensava: Minha aparência não importa. Estou viva. Eu estava grata. Olhei para a dra. Fiona. Ela tinha colocado uma caixa de lenços entre nós, então percebi que esperava que eu chorasse. Talvez a velha Malala tivesse chorado. Mas, quando quase perdemos a vida, um rosto engraçado no espelho é simplesmente a prova de que ainda estamos aqui na Terra.

Gente! Adorei este livro!
Muitos de nós, brasileiros, não conhecemos muito sobre os costumes e a cultura de outros países. O pouco que sabemos é o que estudamos na escola ou vemos na televisão, nos noticiários ou filmes. Por isso, os livros são tão especiais! Eles nos levam a viagens que talvez nunca faremos de fato e nos mergulham em outras realidades, abrindo nosso pensamento, ampliando nossa visão. 
Foi assim que me senti quando li este livro da Malala. Estava no Paquistão, cuja realidade é totalmente diferente de tudo que vivi até hoje. E fiquei pensando se, quando tivesse idade de ir para escola, me dissessem que este direito era exclusivo dos meninos. Como me sentiria? O que eu faria? Será que me acomodaria? Fiquei pensando nas inúmeras vezes que repetimos costumes, rituais, que passam de geração para geração, sem nem pensar porquê fazemos aquilo. 
É, meus amigos, sem dúvida, mais fácil conservar um hábito, um costume do que mudá-lo.
A coragem necessária para fazer todo um povo refletir sobre seus costumes e ainda mais, modificá-lo, é o que encontramos nesta menina que aos 17 anos foi vencedora do Nobel da Paz 2014, sendo a pessoa mais jovem a conquistar esse prêmio. Sei que não conseguiu tudo que queria, mas sua história alavancou muitas pessoas a refletirem e lutarem por seus direitos.
Você vai se envolver, torcer e se emocionar com a Malala!
Ótima leitura!


Autor: Ana Cláudia Landi 
Editora: Bella Editora
Ano: 2015
Páginas: 316
Gênero: Biografia Jornalística
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

O baiano Divaldo Franco já pagou um alto preço por comunicar-se e interagir com espíritos desde os 4 anos: acusado de louco, charlatão e plagiador, quase se suicidou; sofreu diversas tentativas de assassinato; foi proibido de entrar em Portugal e na Espanha. Mas também realizou feitos invejáveis: acolheu 685 órfãos, que o presentearam com milhares de netos e bisnetos; proferiu mais de 15 mil palestras no Brasil e no exterior; levou o espiritismo a países onde nunca se havia falado sobre a doutrina; psicografou cerca de 300 livros, que, juntos, venderam 10 milhões de exemplares; doou toda a renda para suas obras assistenciais em Salvador (Ba). Acredite-se ou não em reencarnação, vida depois da morte e comunicação com seres desencarnados, o médium é dono de uma história fascinante, narrada em detalhes nesta biografia. 

Este livro é baseado em entrevistas realizadas por Ana Cláudia Landi, em mais de dois anos com Divaldo Pereira Franco e olhem o que ela mesma escreveu:
"Acredite-se ou não em reencarnação, vida depois da morte e comunicação com seres desencarnados, o médium é dono de uma história fascinante..." Ana Cláudia é Historiadora pela Universidade de São Paulo (USP) e atuou como jornalista no Grupo Folha, Jornal da Tarde e Valor Econômico e, desde dezembro de 2013, dirige a Bella Editora.
Ana Cláudia, através de suas entrevistas e pesquisas, reuniu neste livro, tudo que pode sobre a vida de Divaldo. Nestas páginas, você vai encontrar uma pessoa comum, simples, mas que nunca se deixou abater pelos desafios encontrados na sua vida. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que sua vida é uma lição, um modelo a ser seguido por todos nós! Exemplos de humildade, trabalho e esforço, responsabilidade, dedicação, disciplina, altruísmo, caridade, perdão e amor são algumas das muitas marcas, deixadas por Divaldo, e narradas nesta obra.
Aqui, você também vai encontrar várias fotos, registros de alguns momentos da vida de Divaldo e de suas psicografias, além de várias mensagens, como: " Quando a caridade é muito discutida, o socorro chega tarde.
Você vai aprender muito com este livro!




Autor: Matthew Dicks
Editora: Moderna
Ano: 2012
Páginas: 432
Gênero: Biografias e Memórias
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

"Enquanto Max acreditar em mim, eu existo. Posso precisar da imaginação do Max para existir, mas tenho os meus pensamentos, as minhas ideias e a minha vida, tudo isso separado dele." "Max não gosta de gente da mesma forma que as outras crianças gostam. Ele gosta das pessoas, mas bem de longe. Quanto mais afastado alguém ficar de Max, mais ele vai gostar dessa pessoa." "Nós dois não gostamos da Sra. Patterson, mas ultimamente ela e Max estão estranhamente próximos.  Isso não é normal, muito menos para alguém como o meu amigo. Ele corre perigo, tenho certeza..." Uma história apaixonante e dramática sobre amor, lealdade e sobre o poder da imaginação. Perfeita para qualquer um que já tenha tido um grande amigo - real ou não...

Gente! Adorei este livro!
Ele é narrado pelo "amigo imaginário" de Max. Max é um menino muito especial. Especial mesmo e, por isso, também precisa de alguns cuidados especiais. Seu amigo imaginário, Budo, sabe disto e cuida muito dele. Budo descreve com detalhes, mas muita sutileza, como Max se comporta e, você, talvez nem perceba que Max passa pelo Transtorno do Espectro Autista. 
Budo é o "anjo da guarda" de Max, que estuda numa escola, num outro país. Ele está inserido numa turma, mas também recebe um atendimento especializado da professora Patterson, durante o período que está no colégio. Eles não simpatizam com a professora Patterson, pois ela é bem diferente da professora da turma, que demonstra gostar muito de todos, além de ensinar e contar histórias como ninguém!
Mas, por um descuido de Budo, Max começa a ficar mais tempo com a Sra. Patterson e Max não lhe conta o porquê. Certo dia, Max desaparece da escola, no horário da aula. Como isto seria possível? Por que Max fugiria? Ou teria sido sequestrado? Para onde teria ido ou sido levado? Como estaria, visto que precisava de alguns cuidados especiais?
Seu "amigo imaginário", se culpava por Max ter sido afastado de sua família e estava disposto a fazer qualquer coisa que estivesse ao seu alcance. Mas como ajudar, se ninguém conseguia vê-lo ou escutá-lo, além de Max e outros amigos imaginários, de outras crianças? Ou estaria aí a chave da solução?
Você vai se envolver, torcer e se emocionar com "Memórias de um amigo imaginário! Não perca!



Autor: Raquel Laurino
Editora: Gráfica Pallotti
Ano: 2016
Páginas: 48
Gênero: Poesia Brasileira
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

"Neste pequeno livro, Raquel demonstra dons essenciais ao poeta, quais sejam, primeiramente a sagacidade em captar o momento fugidio e sutil em que o inusitado acontece; segue-se uma acuidade do olhar para perceber, entre o corriqueiro e cotidiano, o traço essencial que torna singular um instante, um ato, em que o fato se torna acontecimento". Oscar Brisolara (professor e escritor)

Conheço um pouco do trabalho da Raquel Laurino, que é professora da Educação Básica, além de poeta. Ela é daqui, de Rio Grande, graduada em Letras e Mestre em História da Literatura, ambos pela FURG.
Fiquei muito curiosa ao enxergar este exemplar, lá na Feira do Livro da FURG, pensando o que poderia encontrar nele e, confesso, que me surpreendeu! Sou professora de Matemática, nem escritora, nem poeta, mas gente! Este livro é um encanto, um recanto de reflexões e reflexos de paixões! (Aqui, tentei fazer como a escritora faz no livro... Sei que foi mal, desculpem-me!)
A Raquel tece suas poesias e brinca com as palavras de uma forma muito envolvente, como já observamos no título "Une verso em dez encantos" ( dez encantos ou desencantos?). São 34 poesias para ler, sentir, refletir e se emocionar. Nelas, encontramos paixões, emoções, reflexões sobre trabalho e realidade sócio-política e, por que não, cultural, além de abordar questões étnico-raciais. 
Vou dar um aperitivo para vocês:

Cafezal
                                Raquel Laurino
O diamente negro
adoça o pé de café.
Nega-se o doce
à boca negra.

Na caneca, sorve-se
só o gosto amargo
do doce sangue derramado.

O preto ao pé da cana sonha
mas o branco na cama nem pensa
no preto em cana.

Um pequeno grande livro que você começa e não quer parar.
Uma ótima dica de leitura deleite para as férias. Você vai amar!



Autor: Renato Russo
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2015
Páginas: 168
Gênero: Biografias e Memórias
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

vinte e nove dias sem álcool e drogas: o diário que o líder da Legião Urbana escreveu na clínica de reabilitação. O relato escrito por Renato Russo entre abril e maio de 1993, expondo sua luta contra a dependência química e pela vida, finalmente está à disposição de seus fãs. Um depoimento íntimo, corajoso e repleto de humanidade. Mais do que os bastidores de uma das maiores bandas da música brasileira, e mais do que a reafirmação da sensibilidade do astro do rock, o que emerge destas páginas é o grande homem por trás do mito, determinado a se erguer das sombras em busca de luz.

Já contei que sou fã da Legião Urbana, mas confesso que esperava mais deste livro...
Mas, o erro foi meu, pois já havia lido que era como um diário do tempo em que Renato esteve internado numa clínica de reabilitação para dependentes químicos.
O fato é que, como fã e conhecedora das letras de suas músicas, esperava "grandes tratados filosóficos", poesias, dramas ou crônicas deste momento difícil e, o que encontrei, foi um relato de um dependente químico que, com muita coragem, procura se livrar do vício.
Mas, é preciso reconhecer todos os méritos desta obra! Não é fácil relatar suas fraquezas, dificuldades, erros e aspectos negativos. E é o que vemos aqui! Um homem valente, sendo verdadeiro, se redescobrindo e se avaliando diariamente, procurando ser cada vez melhor. É, sim, um relato de alguém que despe sua alma e se revela, com muita coragem a um mundo invadido por diversos tipos de pre-conceitos.
Este livro é composto por anotações diárias que Renato fez quando esteve em Vila Serena, e que faziam parte do seu Plano de Tratamento. Algumas páginas trazem "recortes" desta escrita e de alguns desenhos feitos pelo Renato. Quem é fã, vai identificar partes de letras de suas músicas aqui. De fato, Renato as escreveu enquanto estava na clínica e posteriormente, as aproveitou em suas músicas.
Um livro para te fazer refletir!




Autor: Lisa Genova
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2009
Páginas: 288
Gênero: Ficção
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

Alice (no filme, interpretada por Julianne Moore) sempre foi uma mulher de certezas. Professora e pesquisadora bem-sucedida, não havia referência bibliográfica que não guardasse de cor. Alice sempre acreditou que poderia estar no controle, mas nada é para sempre. Perto dos cinquenta anos, Alice Howland começa a esquecer. No início, coisas sem importância, até que ela se perde na volta para casa. Estresse, provavelmente, talvez a menopausa; nada que um médico não dê jeito. Mas não é o que acontece. Ironicamente, a professora com a memória mais afiada de Harvard é diagnosticada com um caso precoce de mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável. Poucas certezas aguardam Alice. Ela terá que se reinventar a cada dia, abrir mão do controle, aprender a se deixar cuidar e conviver com uma única certeza: a de que não será mais a mesma. Enquanto tenta aprender a lidar com as dificuldades, Alice começa a enxergar a si própria, o marido (Alec Baldwin), os filhos (Kate Botsworth, Hunter Parrish e a queridinha de Hollywood, Kirsten Stewart) e o mundo de forma diferente. Um sorriso, a voz, o toque, a calma que a presença de alguém transmite podem devolver uma lembrança - mesmo que por instantes, e ainda que não saiba quem é. 

Um livro que adorei! 
Comprei "Para sempre Alice", pois queria ver o filme, mas prefiro ler a história antes, pois, depois de ver o filme, acabamos sugestionados e a imaginação acaba tolida. Além do mais, todos os filmes fazem adaptações e mudam um pouco a história...
Apesar de ser uma obra de ficção, todo o enredo foi baseado em estudos médicos; houve todo um trabalho de pesquisa para que a história pudesse ficar o mais próxima da realidade.
Alice é uma professora muito conceituada, pesquisadora, com diversas publicações e inúmeros convites para palestrar no meio científico. Próximo de completar seus 50 anos, percebe alguns problemas de memória e, por isso, procura sua médica, pois faz uma associação disso com a menopausa. Mas esse problema com a memória começa a ficar pior e ela é orientada a procurar um outro médico e aí vem a desconfiança de estar com Alzheimer. Alice não aceita, pois é muito nova. Vai sozinha no médico e após alguns exames, tem o diagnóstico de Alzheimer de instalação precoce! 
A partir daí, começa o drama. Como e quando contar para sua família? Como será sua vida a partir de agora? E o pior é quando descobre que esta doença é genética e fica se culpando por, possivelmente, tê-la passado aos seus filhos!
"Para sempre Alice" é um livro envolvente, fascinante, comovente. Uma boa dica de leitura para suas férias!


Autores: Dado Villa-Lobos, Felipe Demier e Romulo Mattos
Editora: Mauad
Ano: 2015
Páginas: 256
Gênero: Biografias e Memórias
Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

"A certa altura, ficou impossível continuar, a música não repercutia mais. Dava a impressão de que nos apresentávamos para ninguém. O nosso som não estava sendo escutado e nós não tínhamos retorno algum da plateia; ou, melhor dizendo, recebíamos uma resposta muito ruim, pois parecia que uma parte da massa se rebelava contra a banda. O Renato ficou colérico porque as pessoas jogavam no palco aquelas bombas de artifício em forma de pequenas dinamites. Lembro que a cena era surreal: eu tocando e as bombas caindo e explodindo ao meu lado. E o roadie, com um copinho d'água, tentava apagá-las ou chutá-las. O Renato ameaçou encerrar o show se o público não parasse com aquilo e anunciou, como punição, que pularia três músicas do setlist. Ouvimos muitos xingamentos. (...) De fato, o tempo fechou no estádio Mané Garrincha e chegou uma hora em que a ação da massa aparentava não ter mais nada a ver conosco: ela se autonomizara por completo e criara um caos com vida própria. Era como se estivessem acontecendo dois eventos paralelos no estádio, e a nossa apresentação era o evento secundário diante de uma multidão raivosa."

Fui presenteada com este livro no meu último aniversário e, como fã da Legião, é desnecessário dizer o quanto amei!!!
Demorei bastante tempo para lê-lo e, por isso, minha filha ficava "pegando no meu pé". Num determinado dia, quando terminei de ler mais um trechinho, me peguei recordando momentos, de poucos anos atrás (risos), de situações vividas, ao som da Legião. E me dei conta do porquê desta leitura andar tão devagar! Além das recordações, ao avançar mais páginas e sabendo como esta história ia acabar, diminuía o ritmo, não queria que o Renato morresse! Não queria o fim da Legião! Pode parecer ( e sei que é loucura!), mas percebi que estes sentimentos me invadiam...
O Dado conta como foi sua vida, na Legião, e antes de ser um legionário. Narra como tudo começou, o convite para participar da banda, seus primeiros shows e as dificuldades de quem está começando. Conta dos problemas  que tinham. Também de como conheceu a Fernanda e como ficou com ela. Das dificuldades do Renato e de como faziam para tentar lidar com isso. Mostra quando a banda começou a ficar reconhecida e as outras dificuldades trazidas pelo sucesso da Legião, como os inúmeros convites para shows, nas mais diferentes regiões do Brasil.
O livro é lindo, com fotos de diversos momentos de sua vida! E o Dado é muuuuito lindo!
Antes de terminar, preciso dizer que, ainda estava lendo "Memórias de um legionário", quando o Dado e o Bonfá, convidaram o André Frateschi para realizarem vários shows, para comemorar os 30 anos do lançamento do 1º disco. A turnê foi denominada "Legião Urbana XXX anos". E, no dia 15/11/15, fui a Pelotas e assisti ao show!!! Para mim, um sonho realizado! Uma experiência surreal! E, antes que falem, também penso que a Legião, sem o Renato, não tem como continuar. Mas, foi bom demais assistir ao show! E sei que todos lembraram com muito carinho do Renato, que, obviamente, foi homenageado!
Voltando ao livro, não deixem de lê-lo!!!