Autor: Kristine Barnett 
Editora: ZAHAR
Ano: 2013
Páginas: 264
Gênero: Biografias, Memória
Resenha por: Leila
Nota:★★★ + 


Essa é a história extraordinária de uma mãe e seu filho gênio e autista. Jake tem QI mais alto que o de Einstein, uma prodigiosa memória fotográfica e aprendeu cálculo matemático sozinho em duas semanas. Com nove anos começou a desenvolver uma teoria original em astro-física - que, para os acadêmicos da área, um dia pode levá-lo ao prêmio Nobel - e aos doze tornou-se pesquisador remunerado em física quântica na universidade. Diagnosticado como autista ainda bem pequeno, Jake tinha três anos quando disseram à sua mãe, Kristine, que ele nunca seria capaz de ler. Cercado de especialistas que concentravam esforços em desenvolver no menino habilidades práticas, Kristine notava que ele se isolava cada vez mais. Contra a opinião do marido e dos profissionais, ela decidiu seguir seus instintos: tirou Jake da educação especial e começou a prepará-lo sozinha para a escola convencional. Kristine mantinha uma creche na garagem de casa, e sua experiência lhe dizia que era preciso encontrar o "brilho" de Jake, sua chama de interesse e paixão. por que não focar no que ele podia fazer? E também investir naquilo que atraía sua atenção, como sombras se movendo na parede e estrelas no céu. Essa filosofia básica, somada à crença no poder de uma infância comum e na importância de brincar, foi decisiva para o sucesso - além da fé inesgotável na família, nos amigos e em sua comunidade. Brilhante trata do poder do amor e da coragem diante de obstáculos quase intransponíveis. Narrada pela própria Kristine de forma cativante e dramática, esta é uma belíssima história de superação que pode inspirar leitores de todos os tipos. 
Neste ano, minha turma tem um estudante com Síndrome de Asperger. Preocupada em atendê-lo melhor, fui pesquisar mais sobre essa síndrome. Foi quando uma colega me perguntou se já tinha lido "Brilhante". Disse que não e ela me emprestou o livro.
A narração é feita pela Kristine, mãe de Jake, que após ter sido diagnosticado com autismo, recebeu "profecias" que o menino não poderia aprender muita coisa, que não aprenderia a escrever e que deveriam cercá-lo de profissionais que o "treinassem" para que fosse capaz de realizar, pelo menos, pequenas tarefas importantes do nosso dia a dia. Para Kristine era difícil entender "por que tratam sempre do que essas crianças não conseguem fazer? Por que ninguém olha mais de perto o que elas conseguem fazer?" 
Então, corajosamente, ao perceber que Jake estava se fechando cada vez mais, Kristine abandonou o trabalho com os especialistas e, mesmo sem o consentimento do marido, decidiu que ela mesma iria preparar seu filho para frequentar uma escola normal e não uma especial. Percebia que Jake precisava do contato com crianças saudáveis e que essa interação era importante para que ele não ficasse cada vez mais mudo e introspectivo. Percebia seu interesse pelas letras, carregava sempre consigo um alfabeto móvel, também era fascinado pelo movimento das sombras. E foi buscando seus interesses, que percebeu que ele estava lendo, que sua cabeça guardava ruas e mapas, funcionando como um GPS e que, ao frequentar a escola normal, ficou frustrado, novamente, pois o que era ensinado não lhe bastava. Queria mais. E Kristine o levou a um planetário, a um observatório e daí para a universidade, foi um processo muito rápido. Com 12 anos já era pesquisador remunerado em física quântica, na universidade. Jake tinha um QI muito alto, uma memória incrível e aprendia e gravava tudo muito rápido.
Esse livro me fez parar para repensar a educação. Acabamos generalizando e massificando os conteúdos e o ensino. Muitas vezes, não percebemos os interesses, os dons, as habilidades de cada estudante. Não oportunizamos que reconheçam e desenvolvam seu talentos. Muitos pensam que estão incluindo a todos, por agregar os estudantes num mesmo espaço, quando apenas estão buscando integrá-los e, na verdade, excluindo-os. Por isso, recomendo sua leitura, para refletir e estudar.
E para finalizar, deixo a reflexão do grande desafio da educação: sabemos que cada um é diferente, mas fazemos tudo igual e esperamos o mesmo resultado de todos. 






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