Autor: Paulo Olmedo
Editora: do Autor
Ano: 2012
Páginas: 76
Gênero: Literatura Brasileira/Contos

Resenha por: Leila
Nota: ★★★ + 

Era a primeira vez que o Menino saía de casa. Talvez por não haver mais casa, consumida pelo fogo. E abrandando a brasa de suas lágrimas, o Menino seguiu em frente. Talvez por uma necessidade inata de resposta, talvez por uma necessidade, nascida na noite passada, de conforto.                                                                                    "Sem dúvida nenhuma, ao se guiar por este título 'a razão do absurdo', que pode até parecer o de um ensaio filosófico, o Paulo chegou numa profundidade racional absurda, tão absurda que chegou ao irracional ou ao não racionalizado." Sandro Martins Costa Mendes
A razão do absurdo é um livro composto por doze contos independentes que vão trazendo para a nossa reflexão fatos que pertencem ao cotidiano, mas que apesar de serem conhecidos, não deixam de ser difíceis e até mesmo cruéis ou absurdos! 
Não consegui evitar "a brasa das minhas lágrimas", ao ler "A caixa mágica"... Este foi meu preferido! Será que alguém consegue ficar indiferente a uma criança que fica sozinha, após um incêndio consumir sua casa? E o único pedido que este menino faz? Não vou dizer aqui para não estragar sua leitura! 
E quando li "Havia dias em que acordava com a camisa da seleção", não pude deixar de pensar em todo o respeito, a dedicação, a compreensão, a paciência e o amor, que nos levam, às vezes, a nos transformarmos em verdadeiros atores no atendimento aos nossos pais ou avós... E todo o cuidado que devemos ter para não adoecer junto...
E tem o "Pirulito comeu caviar"! Não poderia ficar sem escrever sobre este, que me deixou por dias inquieta, pensativa, chocada, triste, revoltada, braba, enfim uma série de sentimentos diferentes, confusos e em turbilhões. Eu já visitei o lixão e você? Você já presenciou a seleção e a disputa de pessoas e animais pelo lixo? Eu lembrei de tudo isto quando li este conto e tudo  ficou mega potencializado após essa leitura. E lá está o Pirulito ouvindo as histórias do velho Zé, que disse que já havia comido caviar e o Pirulito, cheio de sonhos e esperanças, aguarda o dia em que também vai poder comer caviar. 
Tem outros contos, que vou deixar para que vocês se inteirem através da leitura, mas é verdade que, de repente alguém nota que envelheceu, ou que fez algo muito bom e se transforma numa celebridade. 
Mas o que fazer com tudo isto? Não é um absurdo? Qual é a razão? Existe razão nesse absurdo?


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